Rio de Moinhos – Sátão

junho 4, 2008

A foto ao alto reproduz a vista a partir de um pátio sobre um dos inúmeros vales existentes no concelho do Sátão, no coração da nossa Beira Alta. No presente caso, ao deslocar-me de Rio de Moinhos na direcção das Silvãs, vislumbrei este magnífico vale entre as encostas que cuidam do rio Coja. Do lado de lá Penalva, no de cá Sátão. A paisagem é a rainha, e o vinho das várias quintas é o príncipe. 

Lousadela – Queiriga – Vila Nova de Paiva

abril 23, 2008

Contaram-me uma interessante história acerca das minas que havia em Lousadela, onde se encontravam instalados uns ingleses que exploravam as ditas minas de volfrânio. Um dos locais que visitei seria onde esteve implantado um corte de ténis no qual esses ingleses jogavam ao fim do dia de trabalho.

Desde então – meados do século passado -, Lousadela sofreu poucas alterações, permanecendo o limite norte da aldeia demarcado pelas casas outrora ocupadas pelos britânicos e actualmente recuperadas pelos locais para habitação permanente. A arquitectura e a disposição de algumas das habitações ainda mantêm as características originais, tais como a caixa-de-ar acessível entre o solo e o rés-do-chão, somente um piso por onde se distribuem todos os compartimentos, duas grandes águas na cobertura e generosos alpendres na fachada principal.

Na época, um empreendimento mineiro como este já empregava um bom punhado de pessoas que formavam uma pequena comunidade composta por indivíduos de várias nacionalidades, pois segundo foi referido, eram também contratados técnicos belgas e franceses, especializados em engenharia de minas. É neste aspecto, que o papel social desempenhado pelo centro comunitário assume grande relevância. No pequeno edifício onde funcionava o centro, as pessoas encontravam-se nos tempos livres para fruirem do convívio e do nicho cultural que aí se criara, sobretudo devido ao espaço interior que permitia projecção de filmes, jogos de mesa e outras actividades como a leitura.

Aqui fica o registo que me foi contado deste singular exemplo de outros tempos.

Zona Industrial de Oliveira de Frades

abril 8, 2008

O rural, o bucólico, o urbano, ou até o industrial, todas estas vertentes fazem parte do interesse deste blogue. Merece, por isso, menção especial o conjunto de unidades industriais de um grupo empresarial sediado na Zona Industrial de Oliveira de Frades, nomeadamente no sector das energias renováveis – Martifer Group.

Ao dirigir-me da sede do concelho para o rio Alfusqueiro, por forma a evitar a A25, percorri a via principal que esventra o parque industrial de Oliveira de Frades – talvez o mais importante do Distrito quanto ao número de postos de trabalho fixados, tendo a Martifer contribuído de forma decisiva para este resultado.

Ao alto, vê-se um seguidor solar com painéis foto-voltaicos. Ou seja, uma estrutura que roda sob 2 eixos e segue o sol por forma a optimizar a captação da energia solar e tranformá-la, por via dos painéis, em energia eléctrica para abastecimento particular. No caso, abastece uma das unidades do grupo empresarial Martifer. Bom, mas isto é uma gota de água daquilo que vi da colossal área coberta edificada, e da que actualmente se está a construir.

Sá de Carvalhais – São Pedro do Sul

abril 7, 2008

Na freguesia de Carvalhais, uma das mais importantes do concelho de São Pedro do Sul, encontramos a aldeia de Sá, na base da serra da Arada. Percorrendo este planalto, a norte de São Pedro, por estradinhas tortuosas com muitos altos e baixos consoante as inúmeras ribeiras, ao passar os olhos pela vegetação que ladeia as vias e estende a sua cor verde para o interior dos campos,  diria que aqui,  no coração de Lafões, a paisagem faz lembrar o belo Minho do norte do nosso país.

É consensual considerar a região minhota uma das mais belas do país, todavia, a este pedaço de Lafões, atravessado por riachos de águas límpidas e encimado por montes e serras que escondem dentro de si aldeias com casas de xisto ou de granito que ainda preservam a construção original, será também consensual afirmar que pela sua riqueza paisagística e cultural, coloca o Minho ou o Algarve como seus pares.

Vila Ruiva – Senhorim – Nelas

março 12, 2008

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A nascente da vila de Nelas, já muito próximo de Mangualde, depois de passarmos por uma das mais importantes zonas industriais do distrito, encontramos Vila Ruiva na freguesia de Senhorim. São cerca de 8 Km de percurso em terreno quase plano, o que é de notar nesta acidentada Beira Alta. E foi nessa aldeia de Vila Ruiva, terra de casas graníticas e de ruas estreitas e tortuosas, como é bastante usual na nossa região, que fui encontrar este pequeno olival tão propício à quadra que se aproxima.

Serra de Santa Helena – Tarouca

março 1, 2008
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Vindo da cidade de Tarouca para Viseu, na procura do caminho mais curto para a A24, subi a Serra de Santa Helena até Várzeas da Serra a poucos kms do nó de Bigorne. O percurso pela encosta é serpenteado e abrupto, desde os 490m aos 1100m, local onde se encontra a ermida que se vê da estrada, de onde, segundo dizem, a vista sobre todo o vale tarouquense deslumbra qualquer viajante. A viagem prosseguiu rumo ao parque eólico sem qualquer engano, não tivessem as torres eólicas 70m de altura…

Cotelo – Castro Daire

fevereiro 12, 2008
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No outro dia fui à aldeia de Cotelo – Castro Daire, na serra da Gralheira, inserida no maciço do Montemuro,  e passei por uma zona de serrania ventosa e pouco arborizada, de planaltos muito extensos onde correm regatos que dividem as belgas cultivadas. Estes planaltos formam uma planura que me surpreendeu quando os comparei com as encostas fechadas e verdejantes do Vouga, a pouco mais de 30 Km dali e que tão bem conheço.

Para quem por aqui nunca passou, registe-se que a aldeia de Cotelo fica a cerca de 6 km a poente do nó de Bigorne da A24, localizado a meio caminho entre Castro Daire e Lamego.

Depois de fazer o meu trabalho tive ainda tempo para fruir um pouco daquele sossego. Afinal, mesmo sendo eu amante das urbes, concedo que não é todos os dias que encontro um local onde o ruído dominante é a água a correr nos ribeiros e os chocalhos das cabras a pastar. À mistura com o vento que passava, juro que não se ouvia mais nada. Bucólico e melancólico como alguns filmes de Manoel de Oliveira. Meti-me no carro, dei à chave e vim-me embora daquele sítio ao qual pertenci durante algumas horas.